segunda-feira, 25 de maio de 2009

Última eliminatória do Chapadão acontece hoje


Hoje será dia de decisão no Teatro João Paulo II. É que serão selecionados os últimos finalistas do maior Festival da Chapada do Corisco – o Chapadão-, que está movimentando o cenário musical da cidade. A penúltima etapa do evento inicia às 19h e com entrada franca. Oito candidatos já garantiram as suas vagas, distribuídos nas categorias Estudante e Não Estudante.

(...)

Esta será a última eliminatória do festival. No dia 01, acontece a final do evento, que conta ainda com a participação dos competidores da categoria Instrumental.

Neste ano, a premiação na categoria “Estudante” será de R$ 1 mil para o primeiro colocado, enquanto o segundo ficará com R$ 800, e o terceiro com R$ 600. A premiação para Melhor Intérprete será de R$ 300. Na categoria “Não Estudante”, o prêmio para o primeiro lugar será de R$ 2 mil, já para o segundo colocado e terceiro será de R$ 1,5 mil e R$ 1 mil, respectivamente. O Melhor Intérprete ganha R$ 500. Na categoria “Instrumental Amador” o prêmio é de R$ 1 mil para o primeiro colocado, enquanto o segundo fatura R$ 800 e o terceiro R$ 500. Na instrumental Profissional, o prêmio é de R$ 2 mil para a melhor composição, R$ 1,500 mil para a segunda e R$ 300 para o melhor arranjo.

CATEGORIA ESTUDANTE

1 - Pra te dizer – Rhafael Peres
2 – Mentiras perfeitas – Katharina Monteiro
3 – Não vou fugir – Diego Felipe
4 – Só meu o seu amor – Jarryson Wendel
5 – Alma – Anderson Cleyton
6 – O tempo não espera por você – Anderson Lima

CATEGORIA NÃO ESTUDANTE

1 – Lua e canção – Lucas Reis0
2 – Frutos de um dia – Jamile Cavalcante
3 – Turma do bar – Alzimar Alvarenga
4 – Madeira de dar em doido – Galvão Jr.
5 – Se apresse – Dalmir Filho
6 – Pai chão – Ravel Rodrigues
7 – Sem saber o porque –Dalmir Filho e Nacybelle Gomes

fonte: www.fcmc.pi.gov.br

terça-feira, 19 de maio de 2009

GANDALFS da GUITARRA


Show com A.F. Galvão & André de Sousa!

Dois dos maiores guitarristas de Teresina estão preparando para amanhã um show que promete "encabular".

Quando e onde: quarta-feira, 20/05, no Planeta Diário.

Horário ainda indefinido, depois das 21:00.

domingo, 10 de maio de 2009

POLICIAL AGRIDE JOVEM NA VOLTA DE SHOW DE ROCK


Péssima hora pra não estar com a máquina fotográfica em punhos: na volta do Titans of Metal, evento realizado ontem, 9 de maio, no Noé Mendes, uma boa quantidade de amigos headbengers se reuniu na PRAÇA DA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA para terminar a bela noite de festa, muito bem organizada, que teve a presença de algumas das melhores bandas de metal do Piauí.

Nesta mesma praça, um carro estacionado e com o som alto animava as guitarras imaginárias de gente que só queria prolongar aquele momento de alegria por mais algumas horas.

Eis que, de um 'veraneio vascaína' indesejado, saem cerca de 5 ou 6 policiais militares, e um deles se aproxima do dono do veículo dizendo: "Desliga esse som!". Aparentemente, em virtude do som alto, o abordado não ouviu a primeira "ordem", e se levantou para perguntar o que estava havendo. Estressado com a "suposta" demora, o policial grita, desta vez com a feição bastante alterada: "Você tá maluco? Desliga essa porra!", e dá um tapa nos peitos do abordado.

Foi um sopapo violento. Por pouco não houve uma reação mais enérgica do dono do veículo. Imediatamente um círculo se formou ao redor do carro, e a vítima, com razão, se indignava. Os amigos engrossaram o coro. Uma policial que aparentemente liderava o grupo dos pm tomou a frente do agressor e tentava "explicar" o PORQUÊ da atitude violenta: "Ele lhe agrediu porque você foi desrespeitoso com a autoridade! Recebemos uma denúncia de som alto e viemos tomar as providências!". Não convencia.

Para tornar ainda mais patética a situação, o policial agressor pôs a ARMA EM PUNHO e ficou andando de um lado para o outro, como que torcendo por um agravamento do tumulto. (Falta do que fazer?). No entanto, o medidor de som, que realmente interessava, nunca apareceu. Com o clima pesando, algumas pessoas foram embora da praça. Uma minoria permaneceu e continuou a festa mesmo sem som.

Nada contra a polícia: acho uma profissão das mais dignas e honradas, tanto que já fiz concurso para a área, e continuo fazendo. Mas é impressionante o despreparo de alguns soldados, que, acometidos por uma espécie de "síndrome do godzilla", descontam seus baixos salários e sua brochada do fim de semana em pessoas que pagam suas contas, e simplesmente querem se divertir em paz. Lamentável.

BALADA SOLIDÁRIA



No dia 16 de maio, o Atlantic City Club receberá a partir das 16h uma verdadeira maratona de shows com várias atrações musicais dos mais variados estilos. Donativos para as vítimas das ENCHENTES serão recolhidos na entrada como forma de ingresso para a festa. A programação e as formas de contribuição serão divulgadas em breve.

Fonte: Cidade Verde

quinta-feira, 7 de maio de 2009

CONVERSA PARALELA - Guilherme Jimbo


Guilherme Cerqueira, o Jimbo, é guitarrista da novíssima geração de Teresina. Ex-guitarrista da banda Nelson Theresa Café, hoje toca na 'wake up, killer!'. Tem se destacado no uso de efeitos em seu instrumento, e na criação de atmosferas sonoras. Disse-me, certa vez, que compunha como se imaginasse "trilhas de filme". Você pode ouvir o trabalho da 'wake up, killer!' em http://www.myspace.com/wakeupk .

"muita gente que não conhece as ‘regras’ jura que as estão quebrando, sem saber exatamente ‘o quê’ estão quebrando"
Confira o papo.

M&I - Você já vem com uma proposta de guitarra espacial desde o Nelson Theresa Café. A idéia prossegue, na sua nova banda, 'wake up, Killer!'. Fale um pouco sobre o seu set de pedais, e qual é o timbre dos seus sonhos...

R: É. A idéia de guitarra “espacial” ou “ambiente” vem de algumas influências que adquiri de bandas como My Bloody Valentine, Sigur Rós, a fase mais “ambiente” do Sonic Youth e influências diretas de caras que normalmente não são conhecidos como “guitar heroes”, como o Lee Ranaldo, Lobão e o Fabiano do Tequinoize (banda piauiense*), que me influenciaram pelos seus timbres e pegadas.
Meu set hoje se resume a plugar minha Danelectro Danoblaster em um daddy-o(overdrive) e na seqüência um little big muff(fuzz), um chorus oliver, um dan echo, um delay voxman, um digiverb e uma pedaleira zoom 606. Meu amp normalmente é um thor plus da meteoro, mas o timbre dos meus sonhos é uma Fender Jazzmaster USA, com um Big Muff americano da Electro Harmonix e um DL4 da Line6 plugados em um Twin Reverb Fender, o resto são acessórios, hahaha

M&I - A forma como você toca a guitarra é um tanto ‘punk’, no sentido de não ter pretensões tecnicistas. O que você pensa sobre virtuosismo, e sobre a relação criatividade X técnica?

R: Eu comecei a tocar guitarra ligado em coisas como Ramones e Sex Pistols, depois passei a escutar muito Hendrix, Led Zeppellin e Mutantes. Foram esses caras que me fizeram comprar minha primeira guitarra aos 16 anos, mas nunca fui uma pessoa muito técnica e me arrependo de não ter estudado mais quando comecei. Ainda hoje não estudo o tanto que queria estudar, mas com a diferença de que hoje me falta tempo, e não vontade. Técnica é importantíssima, senti muita dificuldade quando tocava no nelson theresa café, e aprendi bastante com eles, mas acho que criatividade é um fator muito pessoal e de experiência. Um músico obrigatoriamente deve ter um conhecimento musical vasto e não se ligar sempre nas mesmas coisas sob pena de acabar sendo sempre uma cópia rala de suas poucas influências.
Quanto às pretensões técnicas, como eu falei anteriormente, eu não tenho mais o desleixo de antes, mas acho que esse desleixo de certa forma foi bom pra que eu tenha adquirido minha pegada. Hoje posso dizer sem falsa modéstia que minha forma de tocar é facilmente identificável e por isso se destaca entre os guitarristas do Piauí, posso garantir que ninguém mais em nosso estado faz um som como o meu, talvez por que eu busquei um pouco disso e saí da coisa de querer chegar o mais próximo possível dos meus ídolos; acho que isso é uma das coisas que falta aos guitarristas do Piauí, buscar mais o seu som e deixar o dos outros em paz.
Mais uma coisa: ainda acho o virtuosismo exagerado de guitarristas como Joe Satriani e Steve Vai um saco, é música pra pegar “homem”, e o rock foi feito pra pegar “mulher”, rsrsrs (Sim, isso foi uma brincadeira.)

M&I - Geralmente o rock alternativo é vinculado a um sonho de 'vanguarda'. Isso tem suas virtudes, mas eventualmente, incentiva alguns comportamentos pedantes de supostos 'entendidos', que se vendem na imagem dos 'novos rebeldes da música'.. O prof. Wanderson Lima, crítico e poeta piauiense, considera que “ (...) O novo não é necessariamente o melhor. (...) uma das heranças mais nefastas deixadas pelas vanguardas foi a idéia de um progresso contínuo nas artes.” Levando esta avaliação para a música, como você observa esta situação? Há perigos na busca desesperada por inovação?
R: Eu acho essa questão da venda da imagem muito relativa, a “última revolução” feita no rock nacional, por exemplo, busca exatamente os sons do passado, tendo bandas como Los Hermanos buscando semelhanças com Chico Buarque e outras tantas, como Nervoso, e sua influência da jovem guarda e por aí vai; em resumo, não vejo o problema como uma questão de imagem, mas sim de acesso à informação. No Brasil especificamente, tivemos um empobrecimento gigantesco no que se refere ao auto-conhecimento da música feita por nós, brasileiros, em décadas passadas, principalmente pela onda dos axés, swingueiras e pagodes que dominaram os anos 90 na música brasileira, e no espaço do rock, a predominância do famigerado “pop reggae” em todo lugar; o que juntamente com a falta de acesso aos conteúdos feitos anteriormente, pois não existia nenhum interesse das majors em divulgá-lo. Isso fez com que nós mesmos não soubéssemos o que produzíamos, o que tornou coisas como os discos da fase racional do Tim Maia ou os discos psicodélicos do Zé Ramalho e do Alceu Valença, verdadeiras pérolas! Por isso, com o advento da internet e proliferação dos blogs, essas informações se popularizaram, e hoje o que ocorre é que muita gente que é considerada ‘vanguarda’, é vanguarda apenas nas roupas e nos cortes de cabelo; mas não podem ser menosprezadas por não terem um “som de vanguarda”. Vejo essa busca pelo passado como uma espécie de auto-reflexão sobre o que foi produzido no Brasil. Acho que isso é o que marcou os anos ‘00’: foram os anos da auto-reflexão, e, ao contrário do que alguns dizem, de não haver qualquer revolução significante, a internet é uma revolução tão grande quanto a de busca por liberdade sexual nos anos 60. A possibilidade de você mesmo produzir e distribuir é uma mudança mais profunda do que as pessoas costumam mensurar, vide o caso do Artic Monkeys , tendo o single mais vendido da história da inglaterra e sendo uma banda popularizada no My Space. Hoje somos quase livres! Agora, respondendo ao questionamento exatamente, esse tal progresso contínuo e interminável, me parece mais como uma alienação, principalmente quando se leva em conta que muita gente que não conhece as ‘regras’ juram que as estão quebrando, sem saber exatamente ‘o quê’ estão quebrando. Mas não vejo isso como algo negativo. Acho que tudo é permitido na música: o mesmo progresso tecnológico que nos trouxe os sintetizadores ordinários dos anos 80, se rendeu aos computadores e nos deu ‘paranóias de andróides’ (risos). Os anos 00 realmente são riquíssimos, e algumas das melhores bandas que já escutei em todos os tempos estão nos anos 00, por isso eu digo: o único perigo que essa exploração exagerada pode trazer é para si mesma.

M&I - Você tem objetivos de profissionalização na música, ou leva como um hobby paralelo a sua profissão de advogado?

R: Hoje é um hobby que eu levo muito a sério.

M&I - Quais são os músicos piauienses que você admira?

R: Como eu já disse lá em cima, tem o Fabiano do Tequinoize, tem a Milena do Tequinoize, que é uma das vozes mais bonitas que eu já escutei em Teresina; tem o Renato e o Douglas do Clínica Tobias Blues, o Sandro também é uma pessoa que eu admiro pelas atitudes, gosto muito do Luizão Paiva e do “Andrezinho”, adoro a técnica do Daniel do Radiola e sou fã do Jucélio. Mas os músicos que mais me interessam hoje no Piauí tocam comigo. (risos)
Tem outras pessoas que eu admiro bastante, mas não sei o nome deles, só os assisti tocarem e não os conheço pessoalmente, por isso não citei.

M&I - Existe um discurso regional dominante, que influencia inclusive decisões em concursos oficiais de música - embora isso não seja dito claramente. Por outro lado, essa postura oficial de incentivar o que se considera “próprio” da região é uma tendência mundial, para tentar de alguma forma frear o aspecto negativo da globalização cultural, que vai diluindo as particularidades regionais. Como você analisa essa situação, dentro do seu trabalho como compositor?

R: Acho uma grandessíssima besteira, e essa coisa do “regionalismo”, pra mim, soa mais como um tentáculo do esquerdismo alienado e daquela síndrome do “1968, o ano que não acabou” nas instituições . Veja bem, nós já conversamos muito e todo mundo sabe que eu sou de esquerda, mas não sou é trouxa, temos de nos contextualizar. Quanto ao regionalismo no som das bandas em si, eu acho que cada um deve fazer o som que lhe agrada; eu não me identifico, mas não ignoro. Gosto muito de Narguilé Hidromecânico. Um dos melhores shows da minha vida foi um show deles que assisti em 2002, mas tenho de ser franco: hoje eu não tenho a menor intenção de colocar uma zabumba na minha banda.

M&I - É complicado saber exatamente os detalhes que levaram à saída de Marcelo Evelin sem ser de dentro, mas o que você pensa sobre o conflito na direção do teatro JPII?

Não concordo nem com a posição do grupo que dirigia o teatro e nem com a posição do atual superintendente da Fundação Monsenhor Chaves. Acho que a forma de trazer o público do Dirceu para o teatro é integrando o povo, fazendo a população participar ativamente na criação, na montagem e na divulgação dos trabalhos, afinal o Teatro é do Povo e foi feito para o Povo e não necessariamente deve ser apresentado peças de "vanguarda" nem peças "regionais", mas sim o que o Povo quer.

M&I - Obrigado Jimbo. Pode dar seu recado...

R: Bom, dias 28 e 29 de maio vai ocorrer o THE Indies 2, dia 28 no Merceraria Pub Bar e dia 29 no Raízes, vamos tocar dia 29. Queria dizer que o Bueiro do Rock é uma das casas de show mais fodas de Teresina e acho que todo mundo deveria dar uma passada por lá pelo menos uma vez na vida. Por fim, agradecer o interesse no meu trabalho e o espaço oferecido e dizer que temos ótimas bandas no Piauí, e que estaremos sempre trabalhando pra mostrar isso!

Fórum Permanente da Música do Piauí

Será aberto amanhã o lançamento do Fórum Permanente da Música do Piauí, uma parceria entre o Serviço de Apoio às Micro. O lançamento do Fórum Permanente da Música do Piauí, uma parceria entre o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, Sebrae no Piauí e a Fundação Cultural do Piauí, Fundac, acontecerá amanhã. O evento terá início às 14h, no auditório do Sebrae em Teresina.

O fórum tem como objetivo mobilizar e conscientizar os profissionais da música do Piauí, para a necessidade de divulgar e valorizar a produção local, além de organizar e fortalecer a classe no Estado. "O fórum é constituído de instituições da sociedade civil que desenvolvem ações na área musical nos segmentos de formação, organização da classe, produção, gravação, distribuição e recolhimento de direitos autorais", informa a gestora do Projeto Cultura e Negócios Integrados do Sebrae no Piauí, Maria Alreni Lima Silva.

Durante o evento será realizada a palestra "Marketing Pessoal", com o instrutor do Sebrae no Piauí, Eduardo Ventura; a leitura e aprovação do documento que vai regulamentar a atuação do fórum; e também a eleição da sua diretoria.

"A palestra vai tratar das questões da imagem profissional nos diversos contextos em que o artista necessita interagir com o público, abordando temas como o momento da apresentação pessoal, relacionamento com a imprensa e os fãs, network e parceiros comercias", informa Eduardo Ventura. Após a solenidade, os participantes serão contemplados com um show do grupo cultural de samba Arrumadinho.

"O fórum é um marco diferencial na história do Piauí. Pela primeira vez os artistas se organizam em um espaço de discussão, formulação e provocação de políticas públicas para o segmento musical do Estado", destaca o representante da Comissão Pró-Fórum Permanente da Música, Gilvan Santos.

Ainda segundo Santos, o fórum possibilita alavancar um processo de produção e difusão da música piauiense permitindo a abertura de novos mercados, além de viabilizar trabalho e renda para esses profissionais.


Fonte: Jornal diário do povo

terça-feira, 5 de maio de 2009

CONVERSA PARALELA - Alexandre Júnior


Alexandre Júnior, o Juninho, 23 anos, é músico freelancer, e também baixista e vocalista da banda Acesso. Filho de Alexandre Naka (baterista da Narguilê Hidromecânico), ele falou no "Conversa Paralela" sobre a liberdade necessária para se trabalhar com música, sobre falta de identidade cultural, dentre outras prosas. Confira.

"o que não deve existir, pelo menos para os profissionais da música, é o desmerecimento do trabalho dos outros músicos"

Como se deu a escolha de algumas composições suas para o primeiro álbum da Soraya, “Sol”? Você costuma compor muito por encomenda?

Ela me ligou pedindo umas músicas, aí gravei umas 5 ou 6 pra ela ouvir e escolher, nesse caso não foi por encomenda, só escolhi algumas que já estavam prontas, ela me deixou bastante à vontade quanto ao estilo. O resultado me deixou muito satisfeito como compositor, a Soraia canta muito!

Quando a gente gravou “Ilícito”, música do Tiago Humaitá, teu vocal me surpreendeu muito pra esse estilo de MPB. Mas a população daqui te conhece mais como frontman da banda Acesso. Como está sua relação com o reggae?

Assim... Meu trabalho no acesso é totalmente diferente do que eu escrevo diariamente, apesar de que eu acredite que no fim, tudo é música. Se é reggae ou jazz, pra mim não importa. A única coisa que importa é que tem que ser bem feito. A nossa preocupação, há algum tempo atrás, era ter um produto com chances reais de mercado; por isso o pop-reggae era a célula principal do acesso, mas acho que o segundo disco vai quebrar um pouco isso, a gente tá conversando para definir como vai ser a cara do segundo.

Você já tentou contato com artistas nacionalmente conhecidos, pra mostrar seu trabalho?

Honestamente?! Não... conheço alguns músicos que trabalham com artistas nacionais, mas até hoje ainda não mandei nada. Quem sabe agora em 2009!

Aqui em Teresina, assim como em outros lugares, a gente lida com a realidade dos ‘grupinhos de músicos’: o grupinho alternativo, a galera do metal, do regional, o grupinho da MPB cult, do rock, do samba... E que muitas vezes tem até subdivisões. O que você pensa sobre essas barreiras criadas? Quem cria essas barreiras?

Acho isso natural, as pessoas se aproximam por afinidade. Agora, o que não deve existir, pelo menos para os profissionais da música, é o desmerecimento do trabalho dos outros músicos, do mesmo jeito que um cara estuda pra ser um guitarrista de metal, outro estuda pra ser um violonista de samba. Gosto não se discute, só tem que existir respeito, no mais, tá tudo em casa.

Por ser multi-instrumentista, arranjador, compositor, cantor e técnico de som, não seria nada injusto te colocar entre os músicos mais versáteis da nova geração da música piauiense. Com que tipo de sonoridade você está mais envolvido atualmente?

Acho que atualmente a minha inspiração está mais relacionada a um projeto que estou desenvolvendo com alguns parceiros (Vinícius bean, Lívio Nascimento). É o mais livre, musicalmente falando, de que já participei. O som que a gente tá fazendo se parece com tudo, e ao mesmo tempo não se parece com nada. Jazz, mpb, soul, samba, clube da esquina... Ou seja, é aquilo que eu falei lá no começo: música. Se quiser, mando uma música pra você ouvir. No final do ano a gente vai lançar o disco.

Você acha que a versatilidade pode trazer algum problema, como atrapalhar na busca por um estilo próprio, por uma sonoridade que se defina logo nos primeiros acordes, ou isso é besteira?

Eu acho que a versatilidade pode caminhar lado a lado com esse estilo próprio a que você se refere, conheço muitos compositores e artistas que gravam e tocam do samba ao rock’in roll (Lenine, Gilberto Gil, Caetano...) e nem por isso perdem a “cara” do som que fazem. São as particularidades que diferenciam.

Quais são as promessas da música piauiense? Gente nova, em que você realmente apostaria as suas fichas...

Acho que essa é a pergunta mais difícil... (rs...) A gente tem aqui um cenário musical muito talentoso, mas que infelizmente não tem visibilidade pelo fato de que a própria cidade não valoriza o que se faz aqui, algumas iniciativas estão sendo tomadas para reverter essa situação (abraço pro Márcio Menezes e pro mike, bumba records), mas os resultados irão aparecer com o tempo.

No Piauí, há uma grande carência por manifestações tradicionais de música, com características fortes em que o povo se reconheça... As que temos, são muito localizadas. E sem usarmos de hipocrisia, o boi é hoje uma cultura muito mais maranhense do que piauiense, embora tenha nascido aqui. Você concorda, e como você acha que isto se reflete na música local?

Acho que esse problema não é só musical, é muito mais cultural... Por varias vezes tocando na noite, algumas pessoas que não conheciam o trabalho do Acesso, por exemplo, perguntaram se a gente era de fora. A maioria do povo piauiense (brasileiro) tem essa mania de brilhar mais os olhos para quem vem de outro estado. Isso é só uma constatação, não tenho nenhum estudo a respeito, acho que você com essa proposta de entrevista poderia ir atrás de algum sociólogo ou estudioso, eu seria o primeiro a ler essa entrevista, acredite! O artista reflete as sensações do meio em que vive, por isso ao meu ver, essa falta de identidade cultural é uma bola de neve.

Grande Juninho, obrigado, deixe seu recado e pode vender o peixe...

Obrigado por me convidar pra essa entrevista, muito bacana essa sua iniciativa. Só queria dizer que fazer música aqui é uma opção “dolorida”, mas que vale a pena quando se tem reconhecimento pela parcela do povo que valoriza o nosso trabalho. Obrigado de coração a todos que acreditam na música piauiense.

Muito além de GO BACK

*foto: ivan cardoso *


"Um artista piau conhecido nacionalmente?" Fácil. "TOR-QUA-TO NE-TO". "E que músicas ele compôs?" Aí, a coisa pode ficar feia pro seu lado.

Justamente pra evitar este tipo de constrangimento, VAI A LISTINHA ABAIXO da OBRA do RAPAZ:


A coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
A rua (com Gilberto Gil)
Ai de mim, Copacabana (com Caetano Veloso)
Andarandei (com Renato Piau)
Cantiga (com Gilberto Gil)
Capitão Lampião (com Caetano Veloso)
Coisa mais linda que existe (com Gilberto Gil)
Começar pelo recomeço (com Luiz Melodia)
Daqui pra lá, de lá pra cá
Dente por dente (com Jards Macalé)
Destino (com Jards Macalé)
Deus vos salve a casa santa (com Caetano Veloso)
Domingou (com Gilberto Gil)
Fique sabendo (com João Bosco e Chico Enói)
Geléia geral (com Gilberto Gil)
Go back (com Sérgio Britto) =D
Juliana (com Caetano Veloso)
Let's play that (com Jards Macalé)
Lost in the paradise (com Caetano Veloso)
Louvação (com Gilberto Gil)
Lua nova (com Edu Lobo)
Mamãe coragem (com Caetano Veloso)
Marginália II (com Gilberto Gil)
Meu choro pra você (com Gilberto Gil)
Minha Senhora (com Gilberto Gil)
Nenhuma dor (com Caetano Veloso)
O bem, o mal (com Sérgio Britto)
O homem que deve morrer (com Nonato Buzar)
O nome do mistério (com Geraldo Azevedo)
Pra dizer adeus (com Edu Lobo)
Quase adeus (com Nonato Buzar e Carlos Monteiro de Sousa)
Que película (com Nonato Buzar)
Que tal (com Luís Melodia)
Rancho da boa-vinda (com Gilberto Gil)
Rancho da rosa encarnada (com Gilberto Gil e Geraldo Vandré)
Todo dia é dia D (com Carlos Pinto)
Três da madrugada (com Carlos Pinto)
Tudo muito azul (com Roberto Menescal)
Um dia desses eu me caso com você (com Paulo Diniz)
Veleiro (com Edu Lobo)
Vem menina (com Gilberto Gil)
Venho de longe (com Gilberto Gil)
Vento de maio (com Gilberto Gil)
Zabelê (com Gilberto Gil)


Pilhérias à parte, você encontra o trabalho deste GRANDE CARA no site www.torquatoneto.com.br, ou nos discos:

- Tropicália ou panis et circensis (1968) - Philips LP
- Os últimos dias de Paupéria (1973) - Eldorado Editora Compacto simples
- Torquato Neto - Um poeta desfolha a bandeira e a manhã tropical se inicia (1985) - RioArte/Prefeitura do Rio de Janeiro e Governo do Estado do Piauí LP
- Todo dia é dia D (2002) - Dubas Música CD

domingo, 3 de maio de 2009

MÚSICA & POESIA


Em seu premiado livro "Viagem", de 1939, a escritora carioca Cecília Meireles nos brinda com uma poesia de primeira grandeza, e que, aqui ali, estão flertando com a música. Pra quem acha Marcelo Camelo um "poeta", aí vai a marretada:

MOTIVO

EU CANTO porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gôzo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Si desmorono ou si edifico,
si permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei si fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.


Fonte: http://www.dominiopublico.com/ versão original.

Tarciso Prado, por David Prado



Levei um susto hoje quando vi a caricatura do ator e diretor Tarciso Prado (criador de bode e uma das figuras mais importantes do teatro piauiense) feita pelo seu próprio filho, hiperativo e marombeiro: DAVID PRADO. Como diz o cabôco, "é mermo que tá vendo!" Impressionante o traço e a verossimilhança. Talento à flor da pele.

A figura afro no pano de fundo é um senhor de nome 'Pai Manel', que volta e meia deixa um 'cheiro de cachimbo' pela residência dos Prado (onde sempre toca o melhor da música clássica), e vai embora - se é que você me entende.

Exclusivíssimo.

PS.: Alguém apresente este rapaz para o Albert Piauí urgentemente!

Tudo, menos resenha de bandinha


"Super conhecer um som descolado". Onde foi mesmo que eu li isso...

Música, carne, osso e kamasutra. Tudo, menos resenha de bandinha. É só o que desejamos para este recinto. Hare Baba.

sábado, 2 de maio de 2009

PROJETOS APROVADOS PELO SIEC


Antes tarde do que nunca. Saiu o resultado da Lei de incentivo do Estado - SIEC, de 2009. Confiram os projetos aprovados:

MÚSICA:


CANTA PIAUÍ - Claudia Simone de Oliveira Andrade
TERESINA CAPITAL DO ROCK - Edivaldo Nascimento
MEGAHERTZ- Hortêncio de C. B. Silva
ACLIVE - Yuri Raphael Soares de Queirós
SANTO DE CASA - James Brito Alves
MADRUGADA FRIA - Evangelista P. da Silva
OPERA DOS MALUNGOS - Feliciano José Bezerra Filho
CARAVANA SERTÃO DE DENTRO - Humb B. do Nascimento
EUCAPIAU UM BICHO ENCANTADO - Ricardo R. A. Barreto
ORQUESTRA INFANTO JUVENIL DE FLAUTAS E CORDAS DE PARNAIBA - Antônio Carlos Leaukuhl
ZONA DE ATRITO -Sandra Raquel Nogueira Almeida
MUSICALOGO - Sérgio Gomez de Matos
ENQUANTO ENCANTO EM CANTO - Lucimar Batista da Costa
SHOW DA VIDA -Carla Margarida B.de S. Ramos
MARIA ENTRE AMIGOS - José de Araújo Dantas
V FESTIVAL PARNAÍBA DE MÚSICA INSTRUMENTAL - Clésio de Albuquerque Lima
SORRIA EM NOME DE SUA SOLIDÃO - Antônio Ricardo P.Silva
PIAUI NO CHORO- Vando Barbosa Paz Oliveira
MESMO SENDO SEMPRE EU - Taiguara Bruno Ribeiro de Santana
REPENTE NO SÉCULO XXI - Antônio Raimundo da Silva
BEM PERTO DE MIM - Ivone Gabriela Roseno de Carvalho
SANTO DA TERRA CD/DVD - José Coelho Maranhão
BALANDÊ - Solange Maria Nunes Leal
SOM DA TERRA - Milton Nonato Garcia
NAENO - DVD - Gina Almendra Freitas C. da Rocha
DANDINHA-DVD - Lizângela Nunes Brandão


ARTES CÊNICAS:


ENCONTRO REGIONAL DE CULTURA POPULAR - Associação de Teatro Cidade Cenográfica
A CASA DE BERNARDA ALBA - Grupo de Teatro Harém Pictures
ITENS DE PRIMEIRA NECESSIDADE -Marcelo Evelin de Carvalho
PASSEATA DE MARMOTAS - Osnir de Sousa Veríssimo
DANÇA EFICIENTE - Assoc. de Cadeirantes do Município de Teresina-ASCAMTE
LIÇÃO DO CORAÇÃO -Marlenildes L. da Silva
CORPO RADIOGRAFADO - Janaina Lôbo Gonçalves
GRUPO RAIZES DE TEATRO 32 ANOS EM CENA - Lorena Gomes Campelo
A DANÇA FINAL-AeC Assessoria e Promoções Culturais
FOLGADO E ESPAÇOSO PELOS CARNAUBAIS - Comp.d e Teatro Pé de Moleque
NOSSA CULTURA - Carlos Eugênio Tenório de Lima
PÉS NA RUA-VIA SACRA DE PARNAIBA - Juarez de S. Fontinele
AMIGO VELHO - Francisco Lindolfo Gomes
LIBERDADE CONDICIONAL - Weila Silva Carvalho
ENTRADAS E REPRISES DE PALHAÇOS - Anne Celli Galeno Amorim
O PESCADOR E O RIO - José Nazareno
BLACK SHIT-Francisco Aristides O.Santos Filho
XX MOSTRA DE TEATRO DO PIAUI- Escândallo Legalizado Teatro - ESCALET
MACUNAÍMA - Datan Izaká de A. Fortes
PRA VOCÊ EU CONTO - Antônio de Jesus Viana
ENCANTO E MISTÉRIO - José Luís F. de Sousa
O ALIENISTA - Vander de Lima e Silva
MENU DE HERÓIS - Regina Coeli Veloso
DANÇANDO ONDE O POVO ESTÁ - Maria Elizabete B.Lima
CARAVANA CULTURAL RAIMUNDO DIAS- Reijane Telma da R.Dias

FOTOGRAFIA CINEMA E VÍDEO:


ARQUIVO PÚBLICO DO PIAUI - Paulo Gutembergue de Carvalho Sousa
RIQUEZAS NATURAIS CULTURAIS E TURÍSTICAS DOS PARQUES DE CONSERVAÇÃO DO PIAUI. - Pedro Henrique de S. Campos
MESTRE DEZINHO -Francélio de Sousa Puty
TERESINA CORES E AMORES - João Rufino da Silva Filho
CORAÇÃO SALTIMBANCO -Franklin Wander Pires
EM BUSCA DA LIBERDADE - Lucimar Batista da Costa
DELTA DO RIO PARNAÍBA E PRAIAS DO PIAUI - Robert S. de Meneses
FOLHETOS DO SERTÃO - Douglas Denis Amaral Machado
BANCO DE IMAGENS FOTOGRÁFICAS - Wadson Carlos dos S. Ribeiro
RECRUTA DAS ARTES - Juarez S.Fontinele
TERESINA LUZ E COR - Edvaldo Vasconcelos FeitosaFOLCLORE E ARTESANATO: COMUNIDADE CAPOEIRA - Valter dos Santos Dias
RESGATANDO TRADIÇÕES - Leilivan de S. Martins
ARTES DE VALENÇA - Francisca de Sousa Poti
O BOI DE PALMARES - Raimunda Maria dos Reis e Silva
RÉ-TOQUES DO PIAUI - FUNDAC

LITERATURA:


A GRAÇA DE CADA DIA - Francisco Miguel de Moura
O CONTO QUE EU CONTO - Ary José Silva Lopes
DÉCIMA FEIRA HQ - Malú Flávia Porto Amorim
LEITURA E LAZER - ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA BIBLIOTECA AILDA CUNHA
HISTÓRIA DO PIAUÍ - Kenard Kruel e Gervásio Santos
GUIA TURÍSTICO AFRO-CULTURAL DA REGIÃO MEIO NORTE - MARANHÃO - PIAUÍ - Antônio Júlio Lopes Caribé
A OBRA DE FLORBELA ESPANCA - Cleuma de Carvalho Magalhães
POESIA ATÉ AGORA - Ivaldo Ribeiro e Silva
ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA - Hermínio Bezerra de Menezes-
OS MENINOS VISITAM O SÍTIO DA VOVÓ - Maria Áurea Mesquita Queirós
RAÍZES DO PIAUÍ - Adrião José Neto
PUBLICAÇÃO DE MANUSCRITOS E OBRAS RARAS SOBRE A HISTÓRIA DO PIAUÍ - FUNDAC.
POEMAS POSTAIS - FUNDAC.


PATRIMÔNIO HISTÓRICO:

CONSERVAÇÃO DA OFICINA DE RESTAURAÇÃO DO ESTADO.

Teresina, 14 de abril de 2009
CONSELHO DELIBERATIVO DO SIEC
Sônia Terra - Presidente